Contra a refundação do partido

Para Luta Socialista por: Douglas Diniz — Membro da Executiva Nacional do PSOL

Nos dia 15, 16 e 17 de maio de 2020 ocorrerá em Brasília/DF o 7º Congresso Nacional do PSOL. Também, nos meses de março e abril a militância psolista participará das plenárias municipais e congressos estaduais onde se discutirá qual posição o partido adotará diante dos mais importantes fatos políticos da conjuntura e da luta de classes em nível mundial e nacional, assim como elegerá os delegados/as que participarão do Congresso Nacional.*

Reafirmar o PSOL Radical

Nesse período congressual, além dos debates políticos, se enfrentarão dois projetos e concepções de partido: 1) O projeto fundacional que deu origem ao PSOL como alternativa de direção política para os trabalhadores/as brasileiros/as frente a traição política de Lula/Dilma/PT que durante 13 anos governaram o país a serviço dos banqueiros e do agronegócio. 2) O projeto que tenta refundar o PSOL, domesticando sua radicalidade e transformando-o em mais um partido do regime, e tem como prioridade a disputa de eleições gerais em detrimento da organização das lutas sociais; e de transformar o Psol em um apêndice do PT, em vez de superá-lo.

A participação do PSOL nas últimas eleições presidenciais frustrou nossa aguerrida militância. As propostas defendidas pelo candidato Guilherme Boulos passou longe das propostas radicais que a militância do PSOL costuma defender na vida cotidiana, por isso não emplacou.

O programa defendido por nosso candidato nada mais foi do que uma versão requentada do falido programa democrático e popular petista. O resultado foi o pior que já tivemos em uma disputa presidencial.

Com esse tipo de opção política, a maioria da direção do PSOL, hoje organizada no Bloco Aliança, está determinada a mudar o partido. Para impor sua política de transformar o PSOL em puxadinho do PT distorce a representação interna, como no caso das fraudes denunciadas em outros congressos no Amapá e ameaça calar as vozes divergentes atentando contra a democracia partidária com a regulamentação do funcionamento das Tendências.

Para aproximar o PSOL do PT, a maioria dos Blocos que hoje dirigem o partido tentam flexibilizar nosso programa, a política e as alianças eleitorais. Disfarçam seu oportunismo eleitoral com a justificativa que vivemos uma onda conservadora mundial, e em nosso país. Afirmam que a classe trabalhadora só faz luta defensiva e acumula derrotas. Nada mais falso, porque essa teoria tem sido derrubada pelos próprios trabalhadores/as que saíram às ruas em países como Equador, Chile, Bolívia, México, França, Espanha, Hong Kong, também no Brasil contra Bolsonaro e nos Estados Unidos contra Trump, para lutar contra os planos de austeridade e a retirada de direitos.

Por uma nova direção para o PSOL

Para enfrentar o projeto que tenta REFUNDAR O PSOL, foi lançado no dia 14 de Fevereiro/2020 em São Paulo o Bloco Esquerda Radical.

Formado pelas Tendências Luta Socialista, Corrente Socialista dos Trabalhadores, Alternativa Socialista, Liberdade e Revolução Popular, Socialismo ou Barbárie; pelo Coletivo PSOL Pela Base, o Mandato do Vereador Carioca Renato Cinco, do Deputado Estadual de São Paulo Carlos Giannazi e por companheiros como Plínio de Arruda Sampaio Júnior, o Bloco se propõe a defender as bases fundacionais do partido, e a disputar por uma nova direção partidária. Nossas posições políticas estão expressas no Manifesto e na Tese que apresentamos para debate no congresso nacional do partido (leia os documentos em: @esquerdaradicalpsol).

Queremos um partido que atue na luta de classes, organize a população pobre em seu local de trabalho, estudo e moradia. Um partido que participe das eleições de forma independente e que faça alianças com os sindicatos combativos, os movimento sociais classistas e defenda um programa radical em favor das/os trabalhadoras/es e que faça os ricos pagarem pela crise econômica, social e ambiental que tem afundado o país.

Queremos um partido que defenda o livre direito de amar, que combata a homofobia, o racismo, a xenofobia. Um partido que defenda um governo dos trabalhadores/as, do povo pobre, da periferia e o socialismo como saída ao capitalismo.

Convidamos a aguerrida militância do PSOL em todo o país a se somar ao BLOCO ESQUERDA RADICAL e a nos ajudar a defender o partido como alternativa de esquerda, socialista e coerente.

* Calendário suspenso.

Pedro Jorge de Freitas

Professor da UEM, pesquisador nas áreas de revolução, partido político e consciência operária.

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